A UE concordou na quarta-feira (14) em impor sanções a seis funcionários e uma entidade pelo envenenamento do líder da oposição russa Alexey Navalny com um agente nervoso Novichok, disseram diplomatas.
Embaixadores de 27 países da UE aprovaram sanções depois que a França e a Alemanha propuseram medidas na semana passada, dizendo que a Rússia era a responsável pelo envenenamento.
Os alvos das sanções – proibições de viagens e congelamento de ativos – não foram identificados imediatamente.
Paris e Berlim disseram na semana passada que queriam ter como alvo indivíduos “com base em sua função oficial” e uma entidade “envolvida no programa Novichok”.
As potências europeias pediram repetidamente a Moscou que investigasse o envenenamento, que ocorreu em solo russo, mas em um comunicado conjunto na semana passada, os chanceleres da França e da Alemanha disseram que o Kremlin apresentou “nenhuma explicação confiável”.
O movimento para punir a Rússia veio depois que o órgão de controle de armas químicas da ONU , OPCW, confirmou a descoberta da Alemanha, França e Suécia de que Navalny foi envenenado por um agente nervoso do grupo Novichok, desenvolvido pela União Soviética.
Um veneno do mesmo grupo foi usado para atacar o ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha na Inglaterra em 2018 – um incidente que levou a UE a sancionar quatro membros da inteligência militar do Kremlin.
As últimas medidas foram aprovadas politicamente pelos ministros das Relações Exteriores da UE na segunda-feira, uma medida aclamada pelo alemão Heiko Maas.
“Acredito que é de suma importância, à luz de um crime tão grave – uma violação do direito internacional e da convenção sobre armas químicas – que a União Europeia mostre unidade, e tem feito isso hoje”, disse ele.
O chefe diplomático da UE, Josep Borrell, pressionou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, sobre o caso Navalny, durante conversas por telefone na terça-feira.
O gabinete de Borrell disse que pediu a Moscou “que faça o possível para investigar esse crime de forma completa e com total transparência” e coopere com a OPAQ.
Lavrov criticou na quarta-feira as medidas, acusando a UE de ceder à pressão dos EUA e “substituir a arte da diplomacia por sanções”.
“É claro que a política atual da UE não ficará sem consequências”, advertiu Lavrov em entrevista coletiva em Moscou.
(FRANCE24 24 com AFP)
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